domingo, 19 de janeiro de 2014

Artigo 8: A Doutrina Sagrada é argumentativa?



Entendemos que o texto argumentativo é a forma de defendermos as ideias, as teorias ou produções de provas, resultados, analises etc... Todo esse processo realiza-se através da comunicação textual ou oral. A ferramenta mental é o instrumento da razão humana ou natural segundo Sto Tomas.
A Doutrina Sagrada contem artigos de Fé, inspirados pela Ciência Divina que chamamos de Revelação.
Segundo Aristóteles, a Metafisica é a ciência superior da razão natural. Pode-se argumentar a favor ou contra seus princípios e demonstrar suas teses, reavaliando seus princípios e axiomas.

Na Doutrina Sagrada a Ciência Superior não é passível de conhecimento racional. Aliais, Tomas de Aquino, deixa-se conduzir conscientemente pela Revelação.

  No livro Historia da Filosofia Cristã de Boehner/Gilson diz:

“É obvio que tanto as verdades necessárias à salvação, como as que fogem ao alcance da razão, devem ser aceitas pela  Fé. Mas, além destas, há certas outras verdades igualmente necessárias para nós – especialmente as que dizem referencia a Deus – as quais acessíveis à razão, devem contudo ser cridas, pelo menos inicialmente; e isso por cinco razões, já arroladas por Moises Maimônides:1 – Porque o conhecimento de tais verdades é muito laborioso, devido a sua profundeza, dificuldade e caráter abstrato;2 – porque na juventude o intelecto humano não se encontra suficientemente desenvolvido;3 – porque a demonstração destas verdades pressupõe muitos conhecimentos que o homem só adquire paulatinamente;4 – porque certas pessoas não tem o talento necessário para os estudos
científicos;
5 – porque a luta pela existência e o cuidado das coisas externas absorvem a maior parte da energia humana.
Por conseguinte, se os homens dependessem de provas racionais para a descoberta destas verdades, só alguns poucos. E estes a muito custo, lograriam atingi-las. É por isso que as recebemos antecipadamente pela fé, que, em consequência, deixa-se aclarar tanto mais facilmente pela razão” pag.452/1970.

A graça não tolhe, mas aperfeiçoa a natureza.
 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

1. Toda a sabedoria vem do Senhor Deus, ela sempre esteve com ele. Ela existe antes de todos os séculos.

2. Quem pode contar os grãos de areia do mar, as gotas de chuva, os dias do tempo? Quem pode medir a altura do céu, a extensão da terra, a profundidade do abismo?

3. Quem pode penetrar a sabedoria divina, anterior a tudo?

4. A sabedoria foi criada antes de todas as coisas, a inteligência prudente existe antes dos séculos!

5. O verbo de Deus nos céus é fonte de sabedoria, seus caminhos são os mandamentos eternos.

6. A quem foi revelada a raiz da sabedoria? Quem pode discernir os seus artifícios?

7. A quem foi mostrada e revelada a ciência da sabedoria? Quem pode compreender a multiplicidade de seus caminhos?

8. Somente o Altíssimo, criador onipotente, rei poderoso e infinitamente temível, Deus dominador, sentado no seu trono;

9. foi ele quem a criou no Espírito Santo, quem a viu, numerada e medida;

10. ele a espargiu em todas as suas obras, sobre toda a carne, à medida que a repartiu, e deu-a àqueles que a amavam.

11. O temor do Senhor é uma glória, um motivo de glória, uma fonte de alegria, uma coroa de regozijo.
12. O temor do Senhor alegra o coração. Ele nos dá alegria, regozijo e longa vida.
13. Quem teme o Senhor sentir-se-á bem no instante derradeiro, no dia da morte será abençoado.
14. O amor de Deus é uma sabedoria digna de ser honrada.
15. Aqueles a quem ela se mostra, amam-na logo que a vêem, logo que reconhecem os prodígios que realiza.
16. O temor do Senhor é o início da sabedoria. Ela foi criada com os homens fiéis no seio de sua mãe, ela caminha com as mulheres de escol, vemo-la na companhia dos justos e dos fiéis.
17. O temor ao Senhor é a religião da ciência.

18. Essa religião guarda e santifica o coração; ela lhe traz satisfação e alegria.
19. Aquele que teme ao Senhor achar-se-á confortado, no dia da morte será abençoado.
20. O temor ao Senhor é a plenitude da sabedoria, a plenitude de seus frutos, (para aquele que a possui)
21. ela enche toda a sua casa com os bens que produz, e seus celeiros com seus tesouros.
22. O temor do Senhor é a coroa da sabedoria: dá uma plenitude de paz e de frutos de salvação.
23. Ele a viu e numerou-a; ora, um e outra são um dom de Deus.
24. A sabedoria distribui a ciência e a prudente inteligência; eleva à glória aqueles que a possuem.
25. O temor do Senhor é a raiz da sabedoria, seus ramos são de longa duração.

26. A inteligência e a religião da ciência se acham nos tesouros da sabedoria, mas a sabedoria é abominada pelos pecadores.

27. O temor ao Senhor expulsa o pecado,

28. pois aquele que não tem esse temor não poderá tornar-se justo. A violência de sua paixão causará sua ruína.

29. O homem paciente esperará até um determinado tempo, após o qual a alegria lhe será restituída.

30. O homem de bom senso guarda suas palavras; muitos falarão, em voz alta, de sua prudência.

31. O sentido da instrução está encerrado nos celeiros da sabedoria.

32. Mas o culto de Deus é abominado pelo pecador.

33. Meu filho, tu que desejas ardentemente a sabedoria, sê justo e Deus ta concederá.
34. Pois o temor do Senhor é sabedoria e instrução, e o que lhe é agradável
35. é fidelidade e doçura; ele encherá os celeiros daqueles (que as possuem).
36. Não sejas rebelde ao temor do Senhor, não vás a ele com um coração fingido.
37. Não sejas hipócrita diante dos homens, e que teus lábios não sejam motivo de queda.

38. Vela sobre eles para que não caias, e não atraias sobre tua alma a desonra;
39. e para que Deus, revelando teus segredos, não te destrua no meio da assembléia,
40. por te teres aproximado do Senhor sorrateiramente, com o coração cheio de astúcia e engano.
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