quarta-feira, 15 de outubro de 2014

8ª Estação Jesus consola as mulheres.

8ª Estação: Jesus consola as mulheres.

Questao 35: A Imagem.

Sth1 q 35 a 1 : Em Deus, Imagem é dita em sentido pessoal.



Nesta Estação da Via-Sacra e no artigo de Santo Tomas: Imagem em Deus, é dita em sentido pessoal; proponho a reflexão dos seguintes textos:



1 - Evangelho Lucas 23, 27-28;
2 - Suma Teológica I de Santo Tomas de Aquino, questão 29, artigo 1º;
3 - Suma Teológica I de Santo Tomas de Aquino, questão 35, artigo 1º;
4 - Consciência e Liberdade em dois artigos: 
     -  "O Ato de fé como ato da pessoa", Sávio Laet, www.filosofante.org;
     - " A Reciprocidade Psicológica das Pessoas Divinas segundo a Teologia de Santo Tomas de Aquino", 
          Dom Cirilo Folch Gomes, OSB, AQUINATE, nº 11 (2010), 36-54.

         Jesus é claro e direto na passagem evangélica de Lucas: "Mulheres de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos...Pois, se fazem assim com a arvore verde, o que não farão com a árvore seca?".
        Jesus alerta da necessidade pessoal de conhecerem suas iniquidades, suas corrupções e suas fraquezas; acrescentando a necessidade de ajudar seus filhos neste combate contra as trevas. 

Por que o alerta?

Se somos criaturas de Deus, todo ser vivo precisa ser sustentado com água, componentes minerais e proteínas, para tanto , eles absorvem a vida um dos outros. Por que na pessoa humana, não matar faz parte da Lei de Deus?

Nestas ponderações, temos que entender, primeiramente, o que é:
Pessoa: caracterizada como flexão verbal, indicada nas relações entre os sujeitos entre si;
Essência: aquilo que constitui a natureza das coisas, o cerne de um ser.
Relação: parecença, semelhança e analogia.

No Gênese, constatamos que Deus criou o homem à sua imagem e à sua semelhança. Ora, como Deus é Puro Espirito, só podemos conhece-lo por comparação analógica entre as naturezas divina e humana, isto é, estritamente por razão de relação, pois sua essência é incognoscível. 
Vejamos uma breve e superficial comparação analógica:

Natureza Divina                                                           

  1. Divino                                                                         
  2. Ser Puro e Perfeito                                                       
  3. Sabedoria Perfeita                                                        
  4. Consciência Perfeita e Total                                          
  5. Ser que subsiste em si mesmo                                       
  6. Amor: doação total                                                       
  7. Princípios Divinos  Eternos                                            
  8. Deus: Pessoa do Pai, Pessoa do Filho e                        
  9.          Pessoa do Espirito Santo                                                                 
  10. Unidade do Amor Pessoal Trinária                              
  11. Três Pessoas em Deus                                                  

Natureza Humana:

  1.  Humano
  2. Ser limitado, imperfeito.
  3. Conhecimento através da Inteligencia rachada
  4. Autoconsciência somente de si mesmo
  5. Ser sustentado: ar, água, mineras e proteínas.
  6. Amor fragmentado por interesses pessoais.
  7. Princípios humanos temporais.
  8. Inúmeras pessoas: familiares, parentais, amigos, inimigos, desconhecidos, etc...
  9. Desconexão do amor entre as relações pessoais.
  10. Infinitas pessoas na humanidade.
Dom Cirilo descreve a diferença crucial  entre a natureza divina e humana: " nas criaturas a relação vem às essências, como uma atribuição contingente, que não se identifica com elas e é existencialmente da ordem acidental; em Deus, contudo, no Qual nada pode ser atribuído a modo da contingencia ou de acidentalidade, as relações existirão na condição eterna e substancial da essência divina, sem deixarem de ser relações. Elas serão relações subsistentes." pag.42

Devemos agora entender como Santo Tomas vincula a relação entre pessoa e imagem.
A imagem é uma representação analógica de um ser, representação mental, que evoca determinada coisa por ter com ela uma semelhança ou relação simbólica.

Segundo Santo Tomas, a razão de imagem, ou seja, a causa da imagem, semelhante, esta principalmente como um sinal da especie, desde sua origem. 
Ora, na natureza humana, o mais próximo da Sabedoria Divina são as ideias e suas operações racionais, mesmo de forma imperfeita e limitada. Entretanto com a Fé podemos articular conjuntamente esta estrutura mental e edificar algum conhecimento dos princípios divinos; porque nos foi dado, desde a nossa origem, por semelhança a Divindade, a Inteligencia. Apos a queda, os humanos perdem, cortam, bloqueiam esta relação com a Pessoa do Pai. Por causa disso, nossa inteligencia é rachada e nosso conhecimento fragmentado.
As Escrituras Sagradas, no Antigo Testamento,  são as fontes que alimentam e sustentam a Fé, tornam-se, o caminho da salvação. 
Jesus vem reconstruir esta Fonte de Conhecimento e de Fé, como Filho da Pessoa do  Pai, desfaz os bloqueios e refaz a nova relação, a Nova Aliança com a Humanidade. 
É disto que Jesus alerta a humanidade: Ele sabe quem É, esta refazendo o caminho da relação salvífica, cumprindo com os desígnios de Deus.

 E nós, sabemos quem somos?


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

7 ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

7 ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Questão: 34 : O Verbo

A pessoa do Filho atribuem-se três nomes: Filho, Verbo e Imagem.

SThI q34 a3 : O nome Verbo implica uma relação com a criatura.


   Deus tem um vinculo de amor eterno com as criaturas. Seu amor transborda misericórdia, fidelidade, felicidade,,,que não temos como dimensionar.

E por tanto nos amar, fez o Verbo se encarnar na natureza humana decaída. Fez com que o Verbo restringi-se ao ponto que o espirito humano com sua armadura de carne, trans vincula-se com o Espirito Divino. Através da sua Igreja, nos tornou um só Corpo e um só Espirito.

Nesta dimensão corporal, com sua Cabeça e os membros, ensina como podemos voltar a ter esperança que Deus Pai voltará sua face novamente a nós.

A terceira queda de Jesus é um dos inúmeros ensinamentos de como podemos superar nossa condição humana: mesmo quando estamos caídos, separado da vinheta, circulado pelo joio, por nossas iniquidades e nossa visão coberta por trevas, podemos ser salvos.

Se, e somente se:

nosso arrependimento for sincero;
nosso coração assumir nossa pequenez;
nossas lagrimas limparem nossa visão.

Cair significa que podemos levantar. Devemos levantar. Temos obrigação de se reerguer.

Jesus teve no seu corpo humano o Espirito Divino. Nao teve pecados, não teve corrupção, mas viveu este momento para nos salvar; porem principalmente para lutar, combater, frente a frente, contra as trevas e seu principado. 

Jesus ensinou, demonstrando com seus próprios atos humanos, que podemos vencer a corrupção, a iniquidade, a malignidade com nossas armas e condutas espirituais, tais como, nossa retidão, nossa pureza e sinceridade nas nossas ações, com nossa mansidão. Nossas armas são as orações , principalmente o Santo Rosário e a Santa Eucaristia.

Jesus ensinou como desbloquear os dons espirituais existentes na natureza humana deste a sua criação, no Gênese. 

Como?

Tomas de Aquino demonstra neste artigo 3, que precisamos entender que na natureza humana  há tantos verbos quanto é a diversidade de coisas que conhecemos.
Em Deus, ao contrario, conhece em um só ato a si mesmo e a todas as coisas. Portanto , seu único Verbo exprime o Pai mas também as criaturas. Na queda, trouxemos esta relação profunda e intima que a natureza humana possui da natureza divina. Esta relação é a causa que possibilita termos acesso aos dons espirituais numa dimensão profunda e superior.

Jesus ensinou como devemos nos preparar para o combate, quais armas devem ser utilizadas, mas principalmente que a Graça de Deus nos acompanha através  dos nossos dons espirituais: sacramentais ou vivenciais.