quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

13ª Estação: Jesus é descido da cruz

13ª Estação: Jesus é descido da cruz

Do Evangelho segundo João19, 38
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.
Maria vê morrer seu Filho, Filho de Deus e também d’Ela. Sabe que é inocente, mas carregou sobre Si o peso das nossas misérias. A Mãe oferece o Filho, o Filho oferece a Mãe. A João, a nós.
Jesus e Maria, eis um família que, no Calvário, vive e sofre a separação suprema. A morte divide-os, ou pelo menos parece dividi-los, uma mãe e um filho com um vínculo simultaneamente humano e divino inconcebível. Por amor, o oferecem. Abandonam-se ambos à Vontade de Deus.
Na voragem que se abriu no coração de Maria, entra outro filho, que representa a humanidade inteira. E o amor de Maria por cada um de nós é o prolongamento do amor que Ela teve por Jesus. Sim, porque, nos discípulos, verá o rosto d’Ele. E viverá para eles, para sustentá-los, ajudá-los, encorajá-los, levá-los a reconhecer o Amor de Deus, para que, na sua liberdade, se voltem para o Pai.
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Sth I q36 a4: O Pai e o Filho são um só principio do Espirito Santo

Santo Tomas de Aquino.


Quando Jesus diz "esta tudo consumado" isto significa o preludio da efusão do Espirito Santo. A Transcendência Divina conforme previsto nas profecias do Antigo Testamento. Santo Tomas de Aquino nos ensina na Summa Teológica que o "Pai e Filho são correlatos - mas um só Deus pois o Pai comunica a esse Filho, ao gerá-lo, não uma natureza semelhante a sua, mas a própria natureza da divindade segundo a qual ele é, eles são juntos, o Deus único. " (Sth I q36 a4 ni, pag 603)

Comparando este contexto ( e ouso em fazê-lo) com o texto de João Paulo II "Teologia do Corpo", na introdução, encontramos: "...da relação que Deus é, no Pai e no Filho que se amam no Espirito, na relação que nós somos como imagem e semelhança de Deus e corporalmente concretizamos, sendo o corpo o sinal desta relação.....Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Ao criar a humanidade do homem e da mulher à sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreveu nela a vocação ao amor e portanto, a capacidade e a responsabilidade correspondentes....Porque o homem é um espirito encarnado, isto é, uma alma que se exprime no corpo e um corpo informado por um espirito imortal, o homem é chamado ao amor na sua totalidade unificada. O amor abraça também o corpo humano e o corpo torna-se participante do amor espiritual".

Jesus é o Filho encarnado num corpo informado pelo espirito divino, isto é Deus. Nesta correlação, eles são juntos o único principio do Espirito Santo. Este Espirito Santo não é uma "fonte anonima", um "não-pessoal" , é o amor mutuo entre o Pai e o Filho, e se eles são UM enquanto princípios do Espirito Santo (Amor), e simultaneamente, em razão da unidade transcendente do Ser Divino e pela virtude unificadora do Amor.

"Esta tudo consumado".

A experiencia humana revela-se possível da Unidade Transcendente do Ser Divino através da corporalidade de Cristo na cruz.
Observamos detalhadamente o quadro desta 13ª Estação: os seguidores mais próximos são: Maria, mãe de Jesus, a irmã de Maria, Maria de Cleofas, seus familiares. João Evangelista e Maria Madalena, o amor esponsal em  Espirito Divino, a mais profunda, universal e significativa experiencia humano: o Amor. Como afirma João " o amor procede de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus...pois Deus é o amor" IJo 4, 7-8.
Logo em seguida , José de Arimateia, discípulo e comerciante; e, Nicodemo, doutor da Lei e contrario a condenação de Jesus no Templo.
Estamos para ser redimidos, estamos próximos da salvação. Sua pequena comunidade,  - um resto de exilados de Israel, segundo Ezequiel -,  carregam Jesus para o local do sepultamento.
É tempo de oração,
              de recolhimento,
              de meditação,
              de penitencia,
              de arrependimento,
porque o caminho da salvação esta acontecendo.
O Reino de Deus esta próximo!.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

13º Estação: Jesus morre na cruz

"Do Evangelho segundo João 19, 28-30
Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!» Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-Lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
«Tenho sede». «Tudo está consumado». Nestas duas frases, Jesus confia-nos, com um olhar voltado para a humanidade e outro para o Pai, o desejo ardente que envolveu a sua pessoa e a sua missão: o amor ao homem e a obediência ao Pai. Um amor horizontal e um amor vertical: eis o desenho da Cruz! E do ponto de encontro deste duplo amor, lá onde Jesus inclina a cabeça, brota o Espírito Santo, primeiro fruto do seu regresso ao Pai.
Neste sopro vital da consumação, vibra a lembrança da obra da criação agora redimida; mas vibra também o apelo a todos nós, crentes n’Ele, para «completarmos aquilo que falta, das tribulações de Cristo, na nossa carne». Até que tudo esteja consumado!
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Sth I q 36 a 3: O Espirito Santo procede do Pai pelo Filho

" o Espirito Santo procede conjuntamente do Pai e do Filho, encontra-se que o Espirito Santo procede do Pai, e imediatamente enquanto provem do Filho. ..É assim que Abel procedia de Adão imediatamente, pois Adão era seu pai. E mediatamente, pois que Eva era sua mãe, e ela procedia de Adão..." pag 600.

Ditos de Luz e Amor, São João da Cruz, Obras Completas, pag.110:

" l69. Quanto mais te apartas das coisas terrenas, mais te aproximas das celestiais e mais te achas em Deus"

Por que Jesus teve que morrer na Cruz?

Refletindo sobre os textos acima citados e com  "Teologia do Corpo" de João Paulo II, concluímos: 
O Homem foi criado como uma unidade substancial de corpo e alma.

As características próprias da matéria permite a mistura de suas propriedades. Assim, por exemplo, o alimento torna-se sangue, que se assimila à carne e aos membros. Sua constituição é de natureza mortal, obedece as Leis da Natureza.
A alma, entretanto, pode-se tornar independente do corpo, como acontece durante o sono ou o êxtase. Sua constituição é de natureza espiritual, imortal e obedece as Leis Divinas.
A imortalidade do Homem é uma Graça que devemos obter na ressurreição dos corpos. Ou seja: as Leis da Natureza comungam harmoniosamente com as Leis Divinas. 

Quanto refletimos sobre a "Teologia do Corpo" de João Paulo II, na questão do " no principio" que esta na resposta de Jesus aos  fariseus (Mt 19,3ss, e Mc10,2ss), ao referi-se sobre  a indissolubilidade do casamento; levanta também a questão da imortalidade do corpo, que compreendemos como uma situação existente  "no principio", na gênese da criação, antes da queda do Homem.
Situação que perdemos quando escolhemos percorrer o caminho sugerido pela serpente e deixamos de lado o projeto divino.
O fruto desta ação mostrou-se ácido, estragado e mortal. Trouxe consigo a fome, a doença e a morte. Porem, por Graça Divina, retemos na memoria, as lembranças dos frutos originados do projeto divino.

A situação anterior a queda do Homem esta irremediavelmente perdida. Porque Deus não pode  "apagar" a ação humana , romper as consequências das Leis Divinas e da Natureza. Isto provocaria a destruição da Criação.

Mas Deus não nos abandona !  
Faz uma nova Aliança com a humanidade: "Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu feriras o calcanhar" Gn 3,l5.

A hostilidade na linhagem trouxe a contradição, não como era no plano espiritual antes da queda; com o uso garantido e protegido do livre arbítrio, cercado por bons pensamentos, juízos corretos e ações benéficas.
A contradição trouxe a dúvida, o engano, a corrupção e a luta constante de sobrevivência.

Jesus morre na cruz para ensinar como superar a contradição e recuperar o projeto divino humano, antes da queda. A Via-Sacra é o exemplo vivo desta realidade salvífica. Leva-nos a pensar, refletir e penitenciar sobre a nossa situação. Os sacramentos, vindo com o Espirito Santo, fornecem a Graça para nossa Redenção.