quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

13º Estação: Jesus morre na cruz

"Do Evangelho segundo João 19, 28-30
Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!» Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-Lha à boca. Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
«Tenho sede». «Tudo está consumado». Nestas duas frases, Jesus confia-nos, com um olhar voltado para a humanidade e outro para o Pai, o desejo ardente que envolveu a sua pessoa e a sua missão: o amor ao homem e a obediência ao Pai. Um amor horizontal e um amor vertical: eis o desenho da Cruz! E do ponto de encontro deste duplo amor, lá onde Jesus inclina a cabeça, brota o Espírito Santo, primeiro fruto do seu regresso ao Pai.
Neste sopro vital da consumação, vibra a lembrança da obra da criação agora redimida; mas vibra também o apelo a todos nós, crentes n’Ele, para «completarmos aquilo que falta, das tribulações de Cristo, na nossa carne». Até que tudo esteja consumado!
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Sth I q 36 a 3: O Espirito Santo procede do Pai pelo Filho

" o Espirito Santo procede conjuntamente do Pai e do Filho, encontra-se que o Espirito Santo procede do Pai, e imediatamente enquanto provem do Filho. ..É assim que Abel procedia de Adão imediatamente, pois Adão era seu pai. E mediatamente, pois que Eva era sua mãe, e ela procedia de Adão..." pag 600.

Ditos de Luz e Amor, São João da Cruz, Obras Completas, pag.110:

" l69. Quanto mais te apartas das coisas terrenas, mais te aproximas das celestiais e mais te achas em Deus"

Por que Jesus teve que morrer na Cruz?

Refletindo sobre os textos acima citados e com  "Teologia do Corpo" de João Paulo II, concluímos: 
O Homem foi criado como uma unidade substancial de corpo e alma.

As características próprias da matéria permite a mistura de suas propriedades. Assim, por exemplo, o alimento torna-se sangue, que se assimila à carne e aos membros. Sua constituição é de natureza mortal, obedece as Leis da Natureza.
A alma, entretanto, pode-se tornar independente do corpo, como acontece durante o sono ou o êxtase. Sua constituição é de natureza espiritual, imortal e obedece as Leis Divinas.
A imortalidade do Homem é uma Graça que devemos obter na ressurreição dos corpos. Ou seja: as Leis da Natureza comungam harmoniosamente com as Leis Divinas. 

Quanto refletimos sobre a "Teologia do Corpo" de João Paulo II, na questão do " no principio" que esta na resposta de Jesus aos  fariseus (Mt 19,3ss, e Mc10,2ss), ao referi-se sobre  a indissolubilidade do casamento; levanta também a questão da imortalidade do corpo, que compreendemos como uma situação existente  "no principio", na gênese da criação, antes da queda do Homem.
Situação que perdemos quando escolhemos percorrer o caminho sugerido pela serpente e deixamos de lado o projeto divino.
O fruto desta ação mostrou-se ácido, estragado e mortal. Trouxe consigo a fome, a doença e a morte. Porem, por Graça Divina, retemos na memoria, as lembranças dos frutos originados do projeto divino.

A situação anterior a queda do Homem esta irremediavelmente perdida. Porque Deus não pode  "apagar" a ação humana , romper as consequências das Leis Divinas e da Natureza. Isto provocaria a destruição da Criação.

Mas Deus não nos abandona !  
Faz uma nova Aliança com a humanidade: "Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu feriras o calcanhar" Gn 3,l5.

A hostilidade na linhagem trouxe a contradição, não como era no plano espiritual antes da queda; com o uso garantido e protegido do livre arbítrio, cercado por bons pensamentos, juízos corretos e ações benéficas.
A contradição trouxe a dúvida, o engano, a corrupção e a luta constante de sobrevivência.

Jesus morre na cruz para ensinar como superar a contradição e recuperar o projeto divino humano, antes da queda. A Via-Sacra é o exemplo vivo desta realidade salvífica. Leva-nos a pensar, refletir e penitenciar sobre a nossa situação. Os sacramentos, vindo com o Espirito Santo, fornecem a Graça para nossa Redenção.
 


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