sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

11ª Estação: Jesus é pregado na cruz

Todos temos nossas cruzes. Nascemos com ela porque recebemos como herança do Senhor no momento que disse a Caim, quando este suplicou: "Minha culpa é muito pesada para suportá-la. Vê ! Hoje tu me banes do solo fértil, terei de ocultar-me longe de tua face e serei um errante fugitivo sobre a terra; mas o primeiro que me encontrar me matará". Yahweh lhe respondeu: " Quem matar Caim será vingado sete vezes. E Yahweh colocou um sinal sobre Caim" Gn 4,13-15.

Jesus revelou , ao nos conscientizar, o tamanho e o peso do nosso sinal de salvação. Foi pregado nela, crucificado, exposto com humilhação e dor.
Só há um caminho, uma estreita porta que nos separa da Terra Fértil: a forma como carregamos a nossa cruz.
Esta forma de encarar a vida, de seguir suas leis, antes da vinda de Jesus, leva-nos a morte: a natureza humana é muito frágil.
Jesus vem nos ensinar a transformar esta cruz em bastão auxiliador na historia salvífica pessoal.


Como!????


11ª Estação: Jesus é pregado na Cruz.

Sth l q 36 a 2: O Espirito Santo procede do Filho

Neste estado de total acabamento, durante a Via-Sacra, o Espirito Santo em Jesus resplandecia: segundo Tomas de Aquino, o Filho procede segundo o modo do intelecto, como Verbo. E o Espirito Santo procede segundo o modo da vontade, como amor.
Ora,
necessariamente o amor procede do Verbo, pois nós só amamos alguma coisa na medida em que a aprendemos em uma concepção mental. E por ai também fica claro , portanto, que o Espirito Santo procede do Filho. pag. 595.

Desta forma podemos entender as palavras de João 19, 26-27 " Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: Mulher, eis teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis tua mãe! e a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa". 
Neste exato momento, concretiza-se o Tempo Salvífico: os amados de Jesus. Estes são contemplados com a sua genitora, transformando seus amados em seus irmãos adotivos.

O resplandecimento do Espirito Santo em Jesus nos ensina como nos tornar seus discípulos: seguindo os passos dos seus apóstolos, mas principalmente, recebendo os dons do Espirito Santo. 
Os Dons do Espirito Santo serão os fermentos necessários para florescer as virtudes que transformam os humanos em cristãos.
Cristão é o complemento salvífico, sinal de Deus, que nos torna irmãos adotivos de Jesus Cristo.

Os impios conseguem pregar Jesus numa cruz de madeira. Essa é a sua força máxima. A força da natureza - A Morte.

O sopro vivificante do Espirito Santo liberta dos grilhões, faz da cruz um bastão salvífico - A Vida Eterna.

Seguindo os passos de Tomas de Aquino, podemos conclui que:

Há duas formas: Pregador e Pregado.

Pregador é aquele que prega a doutrina. É substantivo, faz parte do Ser.
Pregado é aquilo que foi fixado. É uma qualidade entre o Pregado e o Discípulo. É um acidente do Ente ( enquanto Ser).

A relação de ambos, conforme a natureza deste acidente do ser (pregado), e o motivo da ação do agente (Verbo-Pregador), pode trazer diferentes resultados: desde uma modificação radical que interfere no futuro das demais ações. Na historia humana há diversos exemplos. No presente caso - Jesus é pregado na cruz - modificou a relação estrutural da consciência e compreensão da Realidade da Verdade.

Não dá para servir dois senhores: a verdade com Deus ou a verdade sem Deus.

Para o Universo Criado esta claro e definida esta escolha deste a sua Criação. Falta verificar quais seres da natureza humana farão parte desta eternidade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

10ª Estação: Jesus é despido de suas vestes.

Jesus é despojado de suas vestes: estamos no ato final daquele drama, iniciado com a prisão no horto das oliveiras; agora Jesus é despojado da sua dignidade de homem, antes mesmo da de Filho de Deus.Jesus, deste modo, é apresentado despido à vista do povo de Jerusalém e à vista de toda humanidade. Num sentido profundo, é justo que seja assim: de fato, ele se despojou completamente de si mesmo, para sacrificar-se por nós. Por isso, o gesto de despojá-lo das vestes é também o cumprimento de uma palavra da Sagrada Escritura.Vendo Jesus despido, na cruz, percebemos dentro de nós uma necessidade imperativa: olhar sem véus para dentro de nós mesmos; despir-nos espiritualmente diante de nós, mas, ainda antes, diante de Deus e mesmo diante dos nossos irmãos na humanidade. Despir-nos da pretensão de aparecer melhor do que somos, procurando, ao invés, ser sinceros e transparentes.www.vatican.va/news_services/liturgy/2010/.../station_10.html


Sth I questão 36: A Pessoa do Espirito Santo. 

         artigo 1: O nome Espirito Santo é o nome próprio de uma pessoa divina.

 

Ao despojarem suas vestes, resplandece o Espirito Santo que revela a mesquinha condição humana.
As vestes, objetos materiais, são facilmente despojados de nos, e nossa dignidade humana fica exposta a exploração, abusos e desrespeitos de terceiros.
Nossa aparência é fraca e impotente diante das forças alimentadas por ódios, raivas e paixões: iniquidades das trevas.

O Espirito Santo exposto por Cristo vem da processão do Amor, que segundo Tomas de Aquino, processão significa:" provir de...". Designa atos nocionais de processão e espiração.

O que isto quer nos dizer?

 Proponho pesquisar as relações destes termos: processão - atos - nocionais - espiração.

Atos: pretende traduzir a energia, enquanto ação ou atividade."A noção de ato nao pode ser compreendida senão em relação à de potencia. Potencia é aquilo que requer uma realização. Através da experiencia que os seres podem tornar-se outros que não aqueles que são. Isto chama-se atualização ou transformação. Todo ato é a consumação de uma potencia.

Nocionais: refere-se a noção ou noções - conhecimento, ideia.

Processão: significa provir de...., no caso do mistério trinário, provir de um princípio. O princípio no mistério trinário tem a equivalência de proceder sem a dependência no ser; isto é, o Pai é o principio do Filho, pois Ele lhe comunica a divindade, mas sem desempenhar o papel de causa. A divindade apresenta-se na diferença de consistência, isto é, no ser constituído como Pai e  como Filho.
 Santo Agostinho, diz: "O Filho, pois, deve também ao Pai, pois é igual ao Pai, igual a Ele; o Pai, porem, a ninguém deve aquilo que é." A Fé e o Simbolo, Santo Agostinho, Patrística,  Ed. Paulus.
Paulo, Romanos 5, 5-6: "E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espirito Santo que nos foi dado. Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo, morreu pelos impios."
Espiração: ato de respirar, sopro.

Gn 2,7: " Então Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas, um halito de vida e o homem se tornou um ser vivente"
O Ato nocional do Cristo foi aceitar todo o castigo que o homem, ser vivente, atraiu para si apos sua queda, como se fosse pendencia só de Jesus. Porque através deste ato nocional, trouxe-nos a Paz.

Is 53,5 "O castigo que havia de trazer-nos a Paz, caiu sobre ele, sim, por suas feridas fomos curados".








quinta-feira, 6 de novembro de 2014

9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Questao 35: A Imagem

Sth I q 35 a 2: O nome Imagem é próprio do Filho?



  Jesus é o murro, a cerca que impede que profanam , os infiéis, o Templo Sagrado. Nossa Senhora é a armadura que torna forte, o fraco. O terço é a arma que combate os inimigos. Hoje podemos conquistar a Paz do Senhor.
- A Paz esteja contigo, diz o sacerdote,
- A Paz esta sempre conosco, respondem os fieis.

"Disse-lhe Jesus: Hoje entrou a salvação nesta casa, portanto também este é o filho de Abraão" Lucas l9,9

Jesus cai pela terceira vez.

"Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram nossas dores que levava às costas. E a gente achava que ele era um castigado, alguém por Deus ferido e massacrado" Isaías, 53,4 

Tomas de Aquino conclui em sua Summa: o nome Imagem é próprio do Filho.

Então esta é a imagem do Filho?, caído?, castigado e humilhado?, excluído?.
Jesus não é um pecador e portanto não teria de morrer. A morte  é a punição do pecado.

"Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez vitima pelo pecado, por causa de nós, a fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus" 2Cor 5,21

    Jesus não usou de sua autoridade para ser tratado como Deus, mas se despojou da Sua forma gloriosa. Toma para Si a forma de escravo, torna-SE semelhante aos homens e por todos é reconhecido em seu aspecto, como um homem. Por semelhança com o homem, cai pela terceira vez. Não há a intenção de atenuar a humanidade de Jesus, porque não poderia nos ter salvo.

Mas, por quê?

Esta semelhança e imagem de Jesus na Via-Sacra é a imperfeição. A Imagem Pai e Filho do único principio do Espirito Santo é a suprema perfeição divina. Entretanto, a suprema perfeição divina reflete no homem na sua Criação. O homem é uma Imagem da Trindade Única, assimilados pelo movimento de nossa tendencia natural a perfeição.

Pelo pecado original perdemos o direito de percorrer a propensão em direção a perfeição. Não conseguimos, por nossas próprias forças e vontades, alcançar o mais alto grau da beleza divina . Esta assimulação natural, Tomas de Aquino identifica como apetição, isto é, uma inclinação natural, a tendencia do sujeito para aquilo que lhe convêm. Ela de imediato é irreprimível do sentido comum e da emoção.
O sentido comum classifica como visão, audição, olfato, paladar e tato. A emoção é nomeada, pelo autor, como:- desejo-aversão-amor-ódio-alegria-tristeza-ira-antecipação-desespero-coragem-medo. Estas emoções podem ser bem fortes ou mal percebidas dependendo de um complexo de fatores.

Se o pecado original foi a causa da nossa precariedade, que condicionou nossa apetição ao convívio com a falta da necessidade do Bem, o conhecimento tornou-se a chave que possibilita a transformação dos sentimentos à Verdade que tanto almejamos para nossa remissão.

No artigo do Dr. Paine, "Apetição Intelectual em Tomas de Aquino e seu Intelectualismo" publicado pela revista AQUINATE, nº4, de 2007, estas questões são detalhadas e demonstradas de forma esplendida, para o atual texto, destaco:
" este desejar, essa vontade humana, o fio condutor dessa Summa Teologica sendo não a Sabedoria Divina e sim a Veritas Catholica do apologeta contemporâneo, dirige a atenção muito mais aos argumentos particulares do que ao desígnio geral da obra" 

"Pois é Deus que realiza em vós tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio benevolente" Fl 2,13 
O espaço demarcado por Cristo é a interioridade espiritual do ser humano.
Esta Imagem - Jesus cai pela terceira vez - é apetição racional que segundo a teoria tomasiana da vontade, é puramente espiritual. Alojada no Coração Sagrado de Jesus Cristo, que injeta na humanidade, a semelhança à Deus, o poder da criatividade pessoal, humana. Esta condição possibilita a produção de uma rota pessoal da superação do pecado original, juntamente com a Graça de Deus.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

8ª Estação Jesus consola as mulheres.

8ª Estação: Jesus consola as mulheres.

Questao 35: A Imagem.

Sth1 q 35 a 1 : Em Deus, Imagem é dita em sentido pessoal.



Nesta Estação da Via-Sacra e no artigo de Santo Tomas: Imagem em Deus, é dita em sentido pessoal; proponho a reflexão dos seguintes textos:



1 - Evangelho Lucas 23, 27-28;
2 - Suma Teológica I de Santo Tomas de Aquino, questão 29, artigo 1º;
3 - Suma Teológica I de Santo Tomas de Aquino, questão 35, artigo 1º;
4 - Consciência e Liberdade em dois artigos: 
     -  "O Ato de fé como ato da pessoa", Sávio Laet, www.filosofante.org;
     - " A Reciprocidade Psicológica das Pessoas Divinas segundo a Teologia de Santo Tomas de Aquino", 
          Dom Cirilo Folch Gomes, OSB, AQUINATE, nº 11 (2010), 36-54.

         Jesus é claro e direto na passagem evangélica de Lucas: "Mulheres de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos...Pois, se fazem assim com a arvore verde, o que não farão com a árvore seca?".
        Jesus alerta da necessidade pessoal de conhecerem suas iniquidades, suas corrupções e suas fraquezas; acrescentando a necessidade de ajudar seus filhos neste combate contra as trevas. 

Por que o alerta?

Se somos criaturas de Deus, todo ser vivo precisa ser sustentado com água, componentes minerais e proteínas, para tanto , eles absorvem a vida um dos outros. Por que na pessoa humana, não matar faz parte da Lei de Deus?

Nestas ponderações, temos que entender, primeiramente, o que é:
Pessoa: caracterizada como flexão verbal, indicada nas relações entre os sujeitos entre si;
Essência: aquilo que constitui a natureza das coisas, o cerne de um ser.
Relação: parecença, semelhança e analogia.

No Gênese, constatamos que Deus criou o homem à sua imagem e à sua semelhança. Ora, como Deus é Puro Espirito, só podemos conhece-lo por comparação analógica entre as naturezas divina e humana, isto é, estritamente por razão de relação, pois sua essência é incognoscível. 
Vejamos uma breve e superficial comparação analógica:

Natureza Divina                                                           

  1. Divino                                                                         
  2. Ser Puro e Perfeito                                                       
  3. Sabedoria Perfeita                                                        
  4. Consciência Perfeita e Total                                          
  5. Ser que subsiste em si mesmo                                       
  6. Amor: doação total                                                       
  7. Princípios Divinos  Eternos                                            
  8. Deus: Pessoa do Pai, Pessoa do Filho e                        
  9.          Pessoa do Espirito Santo                                                                 
  10. Unidade do Amor Pessoal Trinária                              
  11. Três Pessoas em Deus                                                  

Natureza Humana:

  1.  Humano
  2. Ser limitado, imperfeito.
  3. Conhecimento através da Inteligencia rachada
  4. Autoconsciência somente de si mesmo
  5. Ser sustentado: ar, água, mineras e proteínas.
  6. Amor fragmentado por interesses pessoais.
  7. Princípios humanos temporais.
  8. Inúmeras pessoas: familiares, parentais, amigos, inimigos, desconhecidos, etc...
  9. Desconexão do amor entre as relações pessoais.
  10. Infinitas pessoas na humanidade.
Dom Cirilo descreve a diferença crucial  entre a natureza divina e humana: " nas criaturas a relação vem às essências, como uma atribuição contingente, que não se identifica com elas e é existencialmente da ordem acidental; em Deus, contudo, no Qual nada pode ser atribuído a modo da contingencia ou de acidentalidade, as relações existirão na condição eterna e substancial da essência divina, sem deixarem de ser relações. Elas serão relações subsistentes." pag.42

Devemos agora entender como Santo Tomas vincula a relação entre pessoa e imagem.
A imagem é uma representação analógica de um ser, representação mental, que evoca determinada coisa por ter com ela uma semelhança ou relação simbólica.

Segundo Santo Tomas, a razão de imagem, ou seja, a causa da imagem, semelhante, esta principalmente como um sinal da especie, desde sua origem. 
Ora, na natureza humana, o mais próximo da Sabedoria Divina são as ideias e suas operações racionais, mesmo de forma imperfeita e limitada. Entretanto com a Fé podemos articular conjuntamente esta estrutura mental e edificar algum conhecimento dos princípios divinos; porque nos foi dado, desde a nossa origem, por semelhança a Divindade, a Inteligencia. Apos a queda, os humanos perdem, cortam, bloqueiam esta relação com a Pessoa do Pai. Por causa disso, nossa inteligencia é rachada e nosso conhecimento fragmentado.
As Escrituras Sagradas, no Antigo Testamento,  são as fontes que alimentam e sustentam a Fé, tornam-se, o caminho da salvação. 
Jesus vem reconstruir esta Fonte de Conhecimento e de Fé, como Filho da Pessoa do  Pai, desfaz os bloqueios e refaz a nova relação, a Nova Aliança com a Humanidade. 
É disto que Jesus alerta a humanidade: Ele sabe quem É, esta refazendo o caminho da relação salvífica, cumprindo com os desígnios de Deus.

 E nós, sabemos quem somos?


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

7 ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

7 ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Questão: 34 : O Verbo

A pessoa do Filho atribuem-se três nomes: Filho, Verbo e Imagem.

SThI q34 a3 : O nome Verbo implica uma relação com a criatura.


   Deus tem um vinculo de amor eterno com as criaturas. Seu amor transborda misericórdia, fidelidade, felicidade,,,que não temos como dimensionar.

E por tanto nos amar, fez o Verbo se encarnar na natureza humana decaída. Fez com que o Verbo restringi-se ao ponto que o espirito humano com sua armadura de carne, trans vincula-se com o Espirito Divino. Através da sua Igreja, nos tornou um só Corpo e um só Espirito.

Nesta dimensão corporal, com sua Cabeça e os membros, ensina como podemos voltar a ter esperança que Deus Pai voltará sua face novamente a nós.

A terceira queda de Jesus é um dos inúmeros ensinamentos de como podemos superar nossa condição humana: mesmo quando estamos caídos, separado da vinheta, circulado pelo joio, por nossas iniquidades e nossa visão coberta por trevas, podemos ser salvos.

Se, e somente se:

nosso arrependimento for sincero;
nosso coração assumir nossa pequenez;
nossas lagrimas limparem nossa visão.

Cair significa que podemos levantar. Devemos levantar. Temos obrigação de se reerguer.

Jesus teve no seu corpo humano o Espirito Divino. Nao teve pecados, não teve corrupção, mas viveu este momento para nos salvar; porem principalmente para lutar, combater, frente a frente, contra as trevas e seu principado. 

Jesus ensinou, demonstrando com seus próprios atos humanos, que podemos vencer a corrupção, a iniquidade, a malignidade com nossas armas e condutas espirituais, tais como, nossa retidão, nossa pureza e sinceridade nas nossas ações, com nossa mansidão. Nossas armas são as orações , principalmente o Santo Rosário e a Santa Eucaristia.

Jesus ensinou como desbloquear os dons espirituais existentes na natureza humana deste a sua criação, no Gênese. 

Como?

Tomas de Aquino demonstra neste artigo 3, que precisamos entender que na natureza humana  há tantos verbos quanto é a diversidade de coisas que conhecemos.
Em Deus, ao contrario, conhece em um só ato a si mesmo e a todas as coisas. Portanto , seu único Verbo exprime o Pai mas também as criaturas. Na queda, trouxemos esta relação profunda e intima que a natureza humana possui da natureza divina. Esta relação é a causa que possibilita termos acesso aos dons espirituais numa dimensão profunda e superior.

Jesus ensinou como devemos nos preparar para o combate, quais armas devem ser utilizadas, mas principalmente que a Graça de Deus nos acompanha através  dos nossos dons espirituais: sacramentais ou vivenciais.



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

6ª Estação: Veronica enxuga o rosto de Jesus

http://www.voltosanto.it













Questão 34: O Verbo :  

 A pessoa do Filho atribuem-se três nomes: Filho, Verbo e Imagem.

Sth I q 34 a 2: Verbo é o nome próprio do Filho?
6ª Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus



Inicialmente, fizemos a pesquisa sobre a origem do Veu de Verônica. Abaixo alguns dados e as fontes pesquisadas: 
 
Uma Tradição muito antiga da Igreja diz que uma mulher enxugou o rosto de Cristo no caminho do Calvário; milagrosamente a imagem de Jesus sofredor teria sido gravada no lenço da mulher. A tradição a chama de Verônica (Veros icona – ícone verdadeiro ).
O Santo Rosto é um véu de 17×24 centímetros. Quando o se aproxima do véu, pode-se ver a imagem de um homem que sofreu, pelos golpes da paixão, como os que sofreu Cristo.
o livro apócrifo dos Atos de Pilatos (século VI), fala-se de uma mulher, conhecida com o nome de Verônica (do nome «Vera icona», «verdadeiro ícone»), que enxugou com um véu o rosto de Cristo na Via Sacra. Apesar destas fontes incertas, que se encontram já no século IV, segundo constata o Pe. Pfeiffer, alemão, a história do Véu da Verônica está presente através dos séculos na tradição católica

Fonte:http://blog.cancaonova.com/padreluizinho/2013/03/29/curiosidade-o-veu-e-a-veronica-existiram/


O profeta Isaías, numa palavra luminosa e carregada de profundo mistério sobre a vida do “Servo Sofredor”, diz o seguinte: “Era desprezado e abandonado pelos homens, homem sujeito à dor, familiarizado com o sofrimento, como pessoas de quem todos escondem o rosto; desprezado, não fazíamos caso nenhum ele. E, no entanto, eram nossos sofrimentos que ele levava sobre si, nossas dores que ele carregava” (Is 53,3-4). Os sofrimentos de Jesus têm a ver com os pecados de nossa humanidade ferida pelos insultos da desobediência à vontade do Pai. Criados para a felicidade e a intimidade com o projeto de harmonia original estabelecido pelo Criador no paraíso, preferimos nos afastar dele e andar errantes, seguindo nosso próprio caminho, desgarrados como ovelhas sem Pastor. Mas, Jesus aceitou sobre si o preço de nossa reconciliação com Deus. Assim, a imagem de Cristo desfigurado, que aparece no véu de Verônica, é o retrato vivo de nossa maldade, de nossas iniquidades, de nossa desobediência, de nossas traições. Como se expressou Dom Luciano Duarte: “Nós somos o véu de Verônica”. Mas, atravessando a imagem desfigurada desse véu, diante do qual todos nos encontramos, atingimos a plenitude da reconciliação que Deus nos mereceu por meio de Jesus, seu Divino Filho.

Fonte:http://catolicosnarede.wordpress.com/2011/04/21/o-veu-de-veronica/

A questão é: Verônica enxuga o rosto de Jesus, ou
                    Verônica enxuga a face do Verbo.

Verbo é a participação da Sabedoria Divina que nos chega nesta vida, através dos sentidos. Tomas de Aquino defende que o  surgimento do conhecimento é com  o nosso contato  sensível com o mundo exterior
Teologicamente expressando, o contato que temos com a Sabedoria Divina pode ocorrer porque toda a criatura tem uma mesma raiz, no sentido que foi um ser pensante  originado do  Criador. Através das diversas formas de quase perfeições das criaturas, podemos inferir novas ideias sobre a Ciência de Deus.

Quais foram, então estas diversas formas de quase perfeições nas Sagradas Escrituras?

Por meio do verbo enxugar, pudemos levantar os seguintes acontecimentos:

Evangelho João 13: "4 Então Jesus se levantou da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5 Colocou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha que tinha na cintura.6 Chegou a vez de Simão Pedro. Este disse: «Senhor, tu vais lavar os meus pés?» 7 Jesus respondeu: «Você agora não sabe o que estou fazendo. Ficará sabendo mais tarde.» 8 Pedro disse: «Tu não vais lavar os meus pés nunca!» Jesus respondeu: «Se eu não o lavar, você não terá parte comigo.»

Apocalipse de São João 21: 4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles,
 pois nunca mais haverá morte,
 nem luto, nem grito, nem dor.
 Sim! As coisas antigas desapareceram!»

Evangelho Lucas 7: "36 Certo fariseu convidou Jesus para uma refeição em casa. Jesus entrou na casa do fariseu, e se pôs à mesa. 37 Apareceu então certa mulher, conhecida na cidade como pecadora. Ela, sabendo que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, levou um frasco de alabastro com perfume. 38 A mulher se colocou por trás, chorando aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés. Em seguida, os enxugava com os cabelos, cobria-os de beijos, e os ungia com perfume."
 
Jeremias 31: 15 Assim diz Javé: Escutem! Ouvem-se gemidos e pranto amargo em Ramá: é Raquel que chora inconsolável por seus filhos que já não existem mais. 16 Pois assim diz Javé: Segure os soluços e enxugue as lágrimas, porque há uma recompensa para a sua dor
 - oráculo de Javé: eles voltarão do país inimigo; 17 existe esperança de um futuro
 - oráculo de Javé: seus filhos voltarão para a pátria. 18 Eu escuto Efraim que se lamenta: «Tu me corrigiste e eu fui corrigido, como um garrote ainda não amansado. Faze-me voltar, e eu voltarei, porque tu és Javé, meu Deus. 19 Afastei-me, mas depois me arrependi; e, ao entender, bati no peito. Fracassei, fiquei confuso, pois carrego a vergonha da minha juventude». 20 Será que Efraim não é o meu filho predileto? Será que não é um filho querido? Quanto mais o repreendo, mais me lembro dele. Por isso, minhas entranhas se comovem, e eu cedo à compaixão - oráculo de Javé."
Fonte:http://www.paulus.com.br

Continuando a reflexão, Verônica, como ícone, e enxugar como ato de esperança: perdão, fim das dores, fim da morte, Nova Aliança, percebemos como no Antigo e Novo Testamento "a Revelação dar-se-nos em forma de palavras e de obras, de fatos, cuja significação costuma ser compreendida pelo acontecimento da palavra. Sem a palavra que interpreta o acontecimento e o seu significado salvífico, e o propõe à fé, não há Revelação em sentido pleno" M.Helena Pratas, "Palavras e Obras na Revelação", Aquinate nº 8,2009.

Aprofundando esta questão, encontramos no artigo do Profº Sergio Salle, uma explicação esclarecedora sobre uma nova abordagem teórica que possibilita superar o modelo sujeito-objeto. Segundo o professor, no seu artigo "Nomear Deus: Tomas de Aquino e Paul Ricoeur" , há possibilidade de termos uma "nomeação narrativa", no sentido que, é uma critica as metafisicas modernas fundadas no cogito. "A nomeação de Deus pelos textos bíblicos especifica o horizonte de legitimidade do discurso teológico e da fé pessoal, ao mesmo tempo que obriga o teólogo a renunciar a qualquer tentativa de fundamentação racional da sua fé" pag.65.


Concluímos com Santo Tomas de Aquino: " Com efeito, é conhecendo-se a si mesmo, que o Filho e o Espirito Santo e todas as outras coisas compreendidas em sua ciência, que o Pai concebe o Verbo de tal maneira que no Verbo é a Trindade inteira que é dita a toda criatura."




sexta-feira, 12 de setembro de 2014

5ª Estação: Simão, o Cireneu, ajuda Jesus a carregar a cruz

Questão 34: O Verbo

A pessoa do Filho atribuem-se três nomes: Filho, Verbo e Imagem.

Sth I q 34 a1: O Verbo é um nome pessoal em Deus?

5ª Estação: Simão, o Cireneu, ajuda Jesus a carregar a cruz


" Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cireneu, que voltava do campo e mandaram-no carregar a cruz atras de Jesus" Lc 23,26.

Forçaram o Cireneu a carregar a cruz de Jesus. A tradição cristã nos fala da atitude de compaixão do Cireneu. Embora obrigado a ajudar Jesus, quando dele se aproxima tem o coração convertido e passa a compartilhar aquele sofrimento no gesto concreto de ajudar a carregar a cruz.

Tomar a cruz de Jesus implica sofrer como Ele e com Ele! Quem carrega  cruz, libertando os que sofrem, compartilha dos sofrimentos deles. 

Segundo Mauro Odorissio, na obra "O Relógio da Paixão", levanta algumas hipótese: "O fato de o nome ter chegado aos pósteros é sinal de que era conhecido pela comunidade, tendo, com muita probabilidade, abraçado o cristianismo." 
Há possibilidade de ser o pai de Alexandre e de Rufo. ( ver Mc 15,21 e Rm l6,13).

As coisas realizadas no Cristo, ou naquilo que Cristo representa, são os sinais do que devemos fazer, mostram o sentido moral. 
Ora, qual é o sentido moral desta imagem? 

"Poderíamos dizer que a Encarnação do Verbo é o paradigma da Revelação: assim como o homem, quando quer revelar-se com a palavra do coração, que pronuncia com a boca, reveste de certo modo a sua palavra com letras ou com voz, assim Deus, quando quer manifestar-se aos homens, reveste de carne no tempo o seu Verbo concebido desde toda a eternidade" Maria Helena Prates, "Palavras e Obras na Revelação, Aquinate, nº 8 (2009); ISS N 1808-5733.

Para Tomas de Aquino, há três sentidos próprios do Verbo: 
A 1ª maneira, o Verbo manifesta de forma clara e comum, proferido pela voz: é o caso da criação, no Gênese, onde Deus é o Criador de toda criatura. Neste caso, o Verbo significa primeira e principalmente, o conceito interior da mente. Santo Agostinho diz: Para Deus dizer é ver pensando.
A 2ª maneira , o Verbo, o dito, é a palavra que exprime o conceito interior. O mensageiro do pensamento nos lembra os Anjos e os Santos.
A 3ª maneira, o Verbo torna-se a imagem que foi formadora da palavra. Uma imagem que nos remete a Revelação. Não se pronuncia com a voz, mas se pronuncia no coração. O Coração de Jesus e o Coração de Maria  abundam de graças e louvores aos nossos corações.

A Imagem da 5ª Estação é o Ajudado e o Ajudante: há maior humilhação, diante a todas as criaturas, um Deus ser ajudado por seu inferior?


terça-feira, 9 de setembro de 2014

4ª Estação: Jesus se encontra com sua mãe


Questao 33: A Pessoa do Pai

STh I q33 a4: É próprio do Pai ser Ingênito?

4ª Estação: Jesus se encontra com sua mãe


Lc 2,34-35: "Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: Este menino sera  causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição - uma espada traspassará a tua alma - e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações".

Segundo Santo Tomas de Aquino . o Pai é ingênito, ou seja: congênito, gerado ao mesmo tempo, inato, conatural. O Pai é um principio que não tem principio. O ingênito pertence a propriedade de inascibilidade, do próprio ser, de sua natureza.
Somente a natureza de Deus possui esta propriedade.

Nesta Estação, Jesus se encontra com sua mãe. Jesus é ou não é Deus?. Possui   essa propriedade de ingênito? Pertence a Santíssima Trindade?

Conhecemos pelos evangelistas que o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Construiu o Templo, a morada de Deus. Segundo Bento XVI, este Templo não é externo, mas o Templo Interno:" Ele age e vive na Palavra de Deus e não segundo programas ou desejos próprios." " Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe e quem me recebe, recebe aquele que me enviou" .         João 13,20.

Quando Deus criou o homem, o criou como imagem e semelhança a Deus. Para a nossa salvação, depois do pecado original, Deus se torna semelhante ao homem. E para realização da sua Grande Obra Salvífica, Maria, a virgem e santa, transforma-se em sua Mãe, fornecendo a carne, os grilhões ao seu Espirito Divino. Na Via Sacra a converte em Mãe de toda a Humanidade, depositando toda sua glorificação no Novo Templo - a Igreja de Jesus Cristo. 

O sentido profundo desta imagem: Pai ingênito, Filho Divino e  Mãe da Nova Humanidade; encontramos na leitura do Livro de Jó: 
Nos textos há uma exposição da grandeza da Obra Divina, da doação de Jesus Cristo e da Virgem Mãe de Deus que estão coabitados na Igreja, o Templo Exterior ; como guardião das graças e louvores do Templo Interior editados por Jesus Cristo.

Jó, um grande servo de Deus, é provado em sua fidelidade à Deus, através de Satã, com a permissão do Senhor. Isto acontece porque Satã, com inveja de Jó, diz a Yahweh: " Porventura não levantaste um muro de proteção ao redor dele, de sua casa e de todos os seus bens?......Mas estende tua mão e toca nos seus bens, e eu te garanto que lançara maldições em seu rosto"  Jó 1, 6-11
Deus responde: " Pois bem, tudo o que ele possui esta em teu poder, mas não estendas tua mão contra ele"  Jó 1,12.

Esta narração não deixa de ser o prenuncio do que acontecerá, numa situação extrema, com Jesus Cristo, na Via-Sacra.
Quem forneceu o muro, a matéria sob sua proteção? A Virgem Maria, na sua singeleza, na sua humildade, diz: "Eis a serva do Senhor, faça segundo a sua vontade".

Jesus vive esta situação extrema de abandono para que o Homem entenda, compreenda e reconheça a "transcendência de seu ser e de seus desígnios e reduzir ao silencio" (Bíblia de Jerusalém, Introdução).

Mostra primeiramente, sua Onipotência, sua Congenitalidade, sua Inascibilidade: a Sabedoria Criadora de Yahweh - Jó 38, 1-41; 39,1-30).
Mostra em seguida seu Poder e Domínio sobre as foças do mal. Jó 40, 6-26.

Enfim, Jó entende e reconhece o seu orgulho:
"Reconheço que tudo podes
e que nenhum dos teus desígnios fica frustrados.
Quem é aquele que vela teus planos com propósitos sem sentidos?
Falei de coisas que não entendia,
de maravilhas que me ultrapassam.
........
Eu te conhecia só de ouvir,
mas agora meus olhos te vêem:
por isso, retrato-me
e faço penitencia no pó e na cinza!
Jó 42,1-6

Hoje, quem amplia nossa ideia da realidade de Deus, 
alem da transmissão da Tradição histórica é a Igreja - Mãe. 






quinta-feira, 28 de agosto de 2014

3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez

Questão 33: Pessoa do Pai

SThI, q33, a3: O nome Pai atribui-se a Deus mais em sentido pessoal?

3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez


Esclarece S. Tomas de Aquino: O Eterno é anterior ao temporal,
Ora,
por toda eternidade que Deus é Pai do Filho,
e somente no tempo ele é Pai da criatura.
Portanto,
em Deus a paternidade se diz mais em relação ao Filho do que em relação a criatura.


" Ele foi um pouco mais adiante, caiu com o rosto por terra e orou: Meu Pai, se possível, que este cálice passe por mim. Contudo não seja feito como eu quero, mas como tu queres" Mt 26,39. 

Jesus atribui o nome de Pai a Deus no sentido Pessoal porque o Pai e o Filho tem a mesma natureza: a natureza divina.
O Criador e a criatura não tem a mesma natureza, assemelham-se.
Através da Cruz , a criatura humana assemelha-se também por graça e são chamados filhos adotivos. Porque o dom da graça que recebem, através do batismo, os ordena à herança da gloria eterna.
Entretanto, recebem, o direito a  essa herança porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Jo 1,14.

Jesus cai porque  faz parte da sua natureza humana. Cair é juntar o que esta espalhado. Isto dá a  possibilidade de quem não consegue se juntar, a cruz de Jesus, o faz por si, acolhe deste o rosto rente a terra. 
Cair significa vencido, banido, desprezado, fraqueza de peso e de força, desequilíbrio. A cruz de Cristo é o bastão de apoio como o foi para Moises. 
Todos serão restaurados, sustentados pela graça de Deus.
 Jesus prevendo as dificuldades que ainda teremos nesta via, pede ao Pai: afasta de mim este cálice porque senão os perversos não terão salvação e a graça do perdão.

Contudo é a vontade do Pai que prevalece. Qual é a vontade do Pai? Salvar toda a humanidade?.
Há os anjos caídos que permanecem na eternidade banidos do Reino do Senhor.
Há humanos que por sua própria vontade juntam-se aos malignos e esquecem da cruz. Morrem para o Reino do Senhor.

O cálice representa o refresco, a restauração, o socorro durante o percurso do tempo humano. A Eucaristia será entendido apos a morte e ressurreição de Cristo. O Pai não quer a morte de Jesus, mas para construir o Templo da Nova Aliança, o velho homem tem que morrer. Jesus carrega em si esta natureza humana que deverá ser a transubstancialização do velho ao novo. Por isso Jesus é conhecido, também como o Novo Adão. 

Toda a relação entre o Pai e Filho passa na intimidade do Amor, desta relação Trinaria.
A relação Trinaria - Pai, Filho e Espirito Santo -  só a conhecemos porque Jesus desvela a nós. Antes, em toda a antiga sagrada escritura não há referencia clara destas relações divinas.

É através da Paixão de Cristo que se tornam claras e desveladas e podemos , então conhecer a grandeza do Amor que o Pai nutre a seu Filho e a Humanidade.



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

2ª Estacão: Jesus carrega a cruz




Questão 33: Pessoa do Pai

STh I 33 q33 a2: O Nome Pai é um nome proprio de pessoa divina?


2ª Estação: Jesus carrega a Cruz



Qual a relação entre Jesus, Filho de Deus carrega a cruz de todos os pecados cometidos pela humanidade deste o primeiro, pecado original, e seu Pai  de ser Pessoa Divina ?

Segundo Tomas de Aquino, Pessoa é uma substancia individual de natureza racional, isto significa que esta substancia "manifesta-se aqui pela prerrogativa da liberdade; apresentada como o poder de dirigir-se passivamente, como os outros, às forças exteriores - que todavia agem também sobre ela, mas não sem que ela possa faze-las servir ao cumprimento de seus desígnios" SthI q29 a1.
 
O Pai e o Filho tem esta superioridade porque o conhecimento  provém precisamente da racionalidade, que só existe e age em um corpo - místico, misterioso e Trinario - . Esta relação ocorre no intramental, não tem contato com o mundo da matéria e do mundo dos espíritos. ( anjos e entes invisíveis).

Portanto, Pai e Filho são conscientes e libertos. Dirigem-se a si mesmo no cumprimento dos seus desígnios.

Estes desígnios foram estabelecidos e  modulados através das  Sagradas  Escrituras:
 Antigo Testamento:
Sl 88,27: " Ele me invocará: Tu és meus pai, meu Deus e meu rochedo salvador!"
2Sam 7,13-17: "Sera ele que construirá uma casa para o meu NOME, e estabeleceu para sempre o seu Trono. Eu serei para ele Pai e ele será para mim Filho, ......Minha fidelidade não se afastará dele como a tirei de Saul, que afastei de diante de ti. A tua casa e a tua realiza substituirão para sempre. Nafá comunicou  a Davi todas essas palavras e toda esta visão".
Jeremias 3, 19-20 : "E eu dizia: Vos me chamareis "Meu Pai", e não vos afastarei de mim. Mas como a mulher que trai o seu companheiro, assim vós me traístes, casa de Israel, oráculo de Jahwel. "

Esta é a Pessoa Divina, Pai, que entrega a Pessoa Divina Filho, através  da Pessoa Divina Espirito Santo
à natureza humana, pela Virgem Maria. E como Filho do Homem é condenado a crucificação e nesta Estação , carrega a Cruz, o suplicio da dor e do sofrimento que poderá dar a redenção divina  as todas as nações da Terra.

A cruz não é uma metáfora. Ela é real, como é real "Aquele que é" , o Verbo e o Amor.

Para tanto, Jesus é claro nas suas pregações, em distintas ocasiões:

"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" Mc 8,34.

"Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim. Aquele que não toma sua cruz e não me segue não é digno de mim. Aquele que acha a sua vida, a perderá, mas quem perde sua vida por causa de mim, a achará"
 Mt 10,37-39.

A cruz é a maior manifestação do Amor de Deus conosco.
Foi por ela, que os grilhões apertados da escravidão humana, desde Adão, foi quebrada e estraçalhada.
A Paixão de Cristo é a Historia da nossa salvação.




 



quinta-feira, 14 de agosto de 2014

1ª Estação: Jesus é Condenado à Morte

AdicVia Crucis, Felix Anton Scheffler - 1757 
Igreja de S. Martinho - Ischl, Seeon (diocese de München) - Alemanhaionar legenda




















Questao 33 - A Pessoa do Pai

Artigo 1ª: Convém ao Pai ser Principio? 
STh I q33 a1 - Tomas de Aquino

1ª Estação: Jesus é condenado à morte. 


Como é complexa esta relação entre o Pai, o Principio, e Jesus, Filho de Deus, ser condenado à morte.

 Segundo Tomas de Aquino, Jesus, Filho de Deus participa de forma consubstancial da Santíssima Trindade. Seu Pai é o principio do principio, do qual o procede, sem nenhuma subordinação.
Segundo Hilario: "Por sua autoridade de doador, o Pai é maior. Mas o Filho que recebe em dom o único ser, não é menor". Autoridade neste contexto significa o contrario que a natureza humana conhece. Na natureza divina, autoridade não se relaciona ao poder de uma pessoa sobre outra. No nosso universo isto ocorre por grau de superioridade. Entre o Pai, o Filho e o Espirito Santo a relação é de igualdade absoluta. O Pai só existe a distinção como Aquele do qual os demais procedem.
As três pessoas , Pai, Filho e Espirito Santo são constitutivas, isto é,
característico e distintivo na Pessoa de Pai, na Pessoa de Filho e na Pessoa de Espirito Santo.

Quem foi condenado à morte foi o Filho de Deus.
Como? 
Primeiramente, através da concepção do Espirito Santo e da Virgem Maria, nasce o Filho do Homem.
Como , também, Filho do Homem, foi condenado por autoridades reconhecidas, de alto patente: Herodes, Sumo Sacerdote do Templo de Jerusalém e Pôncio Pilates, representante do Cesar de Roma.

Seus crimes foram basicamente dois:
- Nao obedecia as Leis de Moises  e nem seus mandamento;
- Blasfêmia, ao afirmar ser Filho de Deus.

Jesus não aboliu a Lei do Sinai, mas a cumpriu. "Nao penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas, porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não sera omitido nem um só i, uma virgula da Lei, sem que tudo seja realizado. Aquele, portanto, que violar um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo, será chamado o menor no Reino dos Céus. Aquele, porem, que os praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus" MT 5 17-19.

Jesus não foi infiel a Deus na missão dele recebida. "Quem, dentre vós, me acusa de pecado? Se digo a verdade, por que não credes em  mim"Jo 8, 46.

Jesus deu vários testemunhos da sua procedência divina. A questão é um pouco mais complexa, porque Jesus precisa cumprir com as profecias para executar o plano divino. A necessidade do testador selar a Nova Aliança de forma apropriado a realidade celestial , do que o cerimonial israelita da expiação ( Lv16). Este ritual antigo foi substituído pela unica oferenda do sangue de Cristo.
"Ora nem mesmo a primeira aliança foi inaugurada sem efusão de sangue. De fato, depois que Moises proclamou a todo povo cada mandamento da Lei, ele tomou o sangue de novilhos, de bodes, juntamente com água, a lã escarlate e o hissopo e aspergiu o próprio livro e todo o povo anunciando: Este é o sangue da aliança que Deus vos ordenou" Hebreus 9,18-20.
Os comentaristas da "Bíblia de Jerusalém" dizem que há uma significação profunda no simbolismo bíblico do sangue como sede da vida, trata-se de renovar a união vital entre Deus e seu povo.

A Nova Aliança é recordada diariamente durante a Missa, principalmente na Liturgia Eucarística:
"Pres: Tudo isto é mistério da fé !
Ass: Toda vez que se come deste Pão, toda vez que se bebe deste Vinho, se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica esperando sua volta. Sem.Liturgico-Ano XLIV-nº 38 - 10.08.2014".

Revendo todo esse momento, fica a questão paradoxa: Como Deus-Pai pode entregar o seu próprio Filho para a remissão de nossos pecados?

Respondo com a Oração belíssima encontrada no site do Vaticano:

Esta cena de condenação, conhecemo-la bem:
é notícia de todos os dias!
Mas uma pergunta nos arde na alma:
porque é possível condenar Deus?
Porquê Deus, que é Omnipotente, Se apresenta
com a veste da fragilidade?
Porquê Deus Se deixa agredir pelo orgulho e a prepotência
e pela arrogância humana?
Porquê Deus Se cala?

O silêncio de Deus é o nosso tormento,
é a nossa prova!
Mas é também a purificação
da nossa pressa,
é a cura do nosso desejo de vingança.

O silêncio de Deus
é a terra onde morre o nosso orgulho
e desabrocha a fé verdadeira,
a fé humilde,
a fé que não faz perguntas a Deus
mas entrega-se a Ele com a confiança duma criança.


 Libreria Editrice Vaticana - 2006.

Qual a extensão do Amor de Deus para conosco?
Medi-la é impossível porque esta além do espaço e tempo. É eterna.
Podemos deslumbrar esta extensão:
Se Deus nao nos amasse, e nao se preocupasse com nossa salvação, já seriamos uma especie de animal , a mais, andando neste planeta.
Na Bíblia, observamos que toda vez que Deus deu a costa a humanidade, entramos numa profunda decadência e auto destruição.
Na antiguidade: Sodoma, Gomorra, Babilônia, Pompeia.
Na idade media:     invasão de bárbaros, decadência do império romano, as atrocidades  doenças.
Na idade moderna: as inquisições, as torturas, o flagelo do combate, fome, epidemias,canibalismo dos povos descobertos.
Na idade contemporânea: imperialismo bárbaro e destruidor de valores morais, ideologias idolatradas, guerra, bombas, misseis, trafico.

Deus, infinitamente misericordioso nos deu a graça do projeto divino, através do seu Filho amado.
Jesus e sua Igreja são as cordas, os ganchos, as redes de pescarias da nossa salvação eterna.
M.Cristina C.Cilento

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ORGANOGRAMA: SUMA TEOLÓGICA X VIA-SACRA

PESSOAS DIVINAS (SENTIDO PARTICULAR)                       VIA-SACRA/ESTAÇÃO
segundo TOMAS DE AQUINO


QUESTÃO
                     ARTIGO                                                  ESTAÇÃO

QUESTÃO                    1-Convém ao Pai ser principio?                 I - Jesus é condenado
     33                             2- O nome Pai é um nome próprio                   a morte
A PESSOA                        desta Pessoa ?                                      II - Jesus carrega a cruz
DO  PAI                        3- Em Deus, Pai atribui-se mais no           III - Jesus cai pela
                                          sentido pessoal do que em                             pela primeira vez
                                          sentido essencial?
                                      4 - E´próprio do Pai ser ingênito?            IV - Jesus se encontra
                                                                                                                com mãe.
 


QUESTÃO                   1 - Em Deus, Verbo ´atribuído em              V - Simão, o "Cireneu
     34                                  sentido essencial ou pessoal?                        ajuda Jesus
                                                                                                              carregar a cruz.
O VERBO                    2 - É um nome próprio do Filho?              VI - Verônica enxuga
                                                                                                               o rosto de Jesus.
                                     3 - Implica relação com as criaturas?        VII - Jesus cai pela
                                                                                                               segunda vez.


QUESTÃO                   1 - Em Deus, Imagem é dita em               VIII - Jesus consola as
      35                                 sentido pessoal?                                            mulheres.
 A IMAGEM                 2 - É um nome próprio do Filho?               IX - Jesus  cai pela
                                                                                                                terceira vez.



QUESTÃO                    1- O nome Espirito Santo é próprio           X - Jesus é despido de
      36                                  de uma Pessoa Divina?                                 de suas vestes.
ESPIRITO                     2 - A Pessoa Divina chamada Espirito        XI - Jesus é pregado
SANTO                               Santo procede do Pai e do Filho?                na cruz.
                                      3 - Procede do Pai e do Filho?                 XII - Jesus morre na cruz.
                                      4 - O Pai e o Filho são um só                   XIII- Jesus é descido da
                                            principio do Espirito Santo?                          cruz.




QUESTÃO                   1 - Se é um nome próprio do Espirito        XIV - Jesus é sepultado.
      37                                 Santo?                                      
O NOME AMOR         2 - O Pai e o Filho se amam pelo               XV - Jesus ressuscitou.
DADO AO                         Espirito Santo?
ESPIRITO SANTO



QUESTÃO                   1 -O Dom pode ser um nome pessoal?
      38                           2 - É um nome próprio do Espirito Santo?
O DOM
 
                                     







Tomas de Aquino

Introdução

          Na Suma Teológica, de Tomas de Aquino, a partir da Questão 29, estuda-se questões relacionadas as Pessoas Divinas.

As Pessoas Divinas podem ser em sentido absoluto ou particular. Iremos enfocar as Pessoas Divinas no sentido particular; totalizando, entre questões e artigos em 17 itens de exposições. Deste numero cruzaremos com as l5º Estações da Via -Sacra.

Por que Via - Sacra?

Questão difícil de responder. Sempre tive receio de abordar estas estações. Na verdade, sempre me contive nas seguintes Estações: a Iª Estação,  XIIª Estação,  XIIIª Estação,  XIVª Estaçao e  XVª Estação; correspondendo Jesus condenado a morte, morre na cruz, descido da cruz,  sepultado e Jesus ressuscitado.
As demais sentia um temor misturado com terror. Quando criança, pulava essa parte e continuava com o restante.
Quando jovem e acadêmica, considerava toda esta matéria um deposito de masoquismo, coberto por fantasias narcisistas e enfeitadas por delírios persecutórios.
Quando adulta, simplesmente resolvi ignorar e a semana santa era sinônimo de feriadão.
Na terceira idade resolvi enfrentar o drama. Propus participar da novena da semana  santa, na paroquia que frequentava.
Infelizmente não participei de todas, devo ter faltado em 2 ou 3. Mas a maioria consegui estar presente. Com o folheto da "Campanha da Fraternidade 2014", revolvemos cruzar as l5ª Estações da Via-Sacra com os l5 artigos da Suma Teológica I de Tomas de Aquino.

Por que Tomas de Aquino?

Esta relacionada com a minha formação Filosófica, onde no período acadêmico não estudávamos os escolásticos e Aristóteles   porque era considerados ultrapassados. Então foram  ignorados, apesar que os filósofos Descarte e Kant, na produção teórica , ambos,dedicam suas indagações ou duvidas filosóficas, basicamente as questões exploradas por Tomas de Aquino. 
Na ocasião em que participava da Semana Santa, já estava estudando a Suma Teológica e muitas vezes, durante os momentos de meditação, surgiam flash do texto que clareava a aprendizagem evangélica. Surgem sínteses que ajudam a entender a Via-Sacra. 
Esta relação Suma Teológica e Via-Sacra foi muito fecunda.

Sou uma aprendiz da vida e posso garantir que o Filho de Deus e a Virgem Maria ajudam muito neste caminho percorrido. 
Eu nada sei.
Só escrevo porque as minhas ideias e aprendizagem ficam mais organizadas.
Estou aberta a qualquer critica e contribuição positiva para o meu crescimento espiritual.
M.Cristina C.Cilento
13-08-14








quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Art. 9 — Se a doutrina sagrada deve usar de metáforas.



 

Neste artigo, aponta dois princípios sobre a natureza da Doutrina Sagrada enquanto manifestação da ciência divina:

A Doutrina Sagrada não é uma ciência ínfima, como a poética; e a mesma esta ordenada à manifestação da verdade e por isso  os que a tornam conhecida terão a vida eterna.
 (Eccle 24, 31): 31. Aqueles que me tornam conhecida terão a vida eterna. Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/eclesiastico/24/#ixzz2sYZiMIt2

Se, proceder por comparações e representações é próprio da poética, portanto  não convém a esta ciência usar de comparações. Mesmo porque as comparações ocultam a verdade, principalmente as comparações divinas com as corpóreas.

Porem estas sublimes criaturas conseguem realizar esta tarefa divina quanto tanto conseguem, metaforicamente, serem escolhidas por Deus por se assemelharem com a Vontade Divina.
( Os 12, 11) Falei aos profetas e multipliquei as visões; pela boca dos profetas falei em comparações. Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/oseias/12/#ixzz2sYjdl1Mq

SOLUÇÃO. — É conveniente à Sagrada Escritura transmitir as coisas divinas e espirituais por comparações metafóricas com as corpóreas. Pois, provendo Deus a todos, segundo a natureza de cada um, e sendo natural ao homem chegar, pelos sensíveis, aos inteligíveis — pois todo o nosso conhecimento começa pelos sentidos — convenientemente, a Sagrada Escritura nos transmite as coisas espirituais por comparações metafóricas com as corpóreas.

Também convém à Sagrada Escritura, comumente proposta a todos, segundo o Apóstolo, 

(Rm 14): Sou devedor a gregos e a bárbaros, a sábios e a simples. Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/romanos/#ixzz2sYmSb2it

Propor as coisas espirituais por comparações com as corpóreas para que, ao menos assim, as compreendam os rudes, não idôneos para conceber os inteligíveis em si.




domingo, 19 de janeiro de 2014

Artigo 8: A Doutrina Sagrada é argumentativa?



Entendemos que o texto argumentativo é a forma de defendermos as ideias, as teorias ou produções de provas, resultados, analises etc... Todo esse processo realiza-se através da comunicação textual ou oral. A ferramenta mental é o instrumento da razão humana ou natural segundo Sto Tomas.
A Doutrina Sagrada contem artigos de Fé, inspirados pela Ciência Divina que chamamos de Revelação.
Segundo Aristóteles, a Metafisica é a ciência superior da razão natural. Pode-se argumentar a favor ou contra seus princípios e demonstrar suas teses, reavaliando seus princípios e axiomas.

Na Doutrina Sagrada a Ciência Superior não é passível de conhecimento racional. Aliais, Tomas de Aquino, deixa-se conduzir conscientemente pela Revelação.

  No livro Historia da Filosofia Cristã de Boehner/Gilson diz:

“É obvio que tanto as verdades necessárias à salvação, como as que fogem ao alcance da razão, devem ser aceitas pela  Fé. Mas, além destas, há certas outras verdades igualmente necessárias para nós – especialmente as que dizem referencia a Deus – as quais acessíveis à razão, devem contudo ser cridas, pelo menos inicialmente; e isso por cinco razões, já arroladas por Moises Maimônides:1 – Porque o conhecimento de tais verdades é muito laborioso, devido a sua profundeza, dificuldade e caráter abstrato;2 – porque na juventude o intelecto humano não se encontra suficientemente desenvolvido;3 – porque a demonstração destas verdades pressupõe muitos conhecimentos que o homem só adquire paulatinamente;4 – porque certas pessoas não tem o talento necessário para os estudos
científicos;
5 – porque a luta pela existência e o cuidado das coisas externas absorvem a maior parte da energia humana.
Por conseguinte, se os homens dependessem de provas racionais para a descoberta destas verdades, só alguns poucos. E estes a muito custo, lograriam atingi-las. É por isso que as recebemos antecipadamente pela fé, que, em consequência, deixa-se aclarar tanto mais facilmente pela razão” pag.452/1970.

A graça não tolhe, mas aperfeiçoa a natureza.
 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

1. Toda a sabedoria vem do Senhor Deus, ela sempre esteve com ele. Ela existe antes de todos os séculos.

2. Quem pode contar os grãos de areia do mar, as gotas de chuva, os dias do tempo? Quem pode medir a altura do céu, a extensão da terra, a profundidade do abismo?

3. Quem pode penetrar a sabedoria divina, anterior a tudo?

4. A sabedoria foi criada antes de todas as coisas, a inteligência prudente existe antes dos séculos!

5. O verbo de Deus nos céus é fonte de sabedoria, seus caminhos são os mandamentos eternos.

6. A quem foi revelada a raiz da sabedoria? Quem pode discernir os seus artifícios?

7. A quem foi mostrada e revelada a ciência da sabedoria? Quem pode compreender a multiplicidade de seus caminhos?

8. Somente o Altíssimo, criador onipotente, rei poderoso e infinitamente temível, Deus dominador, sentado no seu trono;

9. foi ele quem a criou no Espírito Santo, quem a viu, numerada e medida;

10. ele a espargiu em todas as suas obras, sobre toda a carne, à medida que a repartiu, e deu-a àqueles que a amavam.

11. O temor do Senhor é uma glória, um motivo de glória, uma fonte de alegria, uma coroa de regozijo.
12. O temor do Senhor alegra o coração. Ele nos dá alegria, regozijo e longa vida.
13. Quem teme o Senhor sentir-se-á bem no instante derradeiro, no dia da morte será abençoado.
14. O amor de Deus é uma sabedoria digna de ser honrada.
15. Aqueles a quem ela se mostra, amam-na logo que a vêem, logo que reconhecem os prodígios que realiza.
16. O temor do Senhor é o início da sabedoria. Ela foi criada com os homens fiéis no seio de sua mãe, ela caminha com as mulheres de escol, vemo-la na companhia dos justos e dos fiéis.
17. O temor ao Senhor é a religião da ciência.

18. Essa religião guarda e santifica o coração; ela lhe traz satisfação e alegria.
19. Aquele que teme ao Senhor achar-se-á confortado, no dia da morte será abençoado.
20. O temor ao Senhor é a plenitude da sabedoria, a plenitude de seus frutos, (para aquele que a possui)
21. ela enche toda a sua casa com os bens que produz, e seus celeiros com seus tesouros.
22. O temor do Senhor é a coroa da sabedoria: dá uma plenitude de paz e de frutos de salvação.
23. Ele a viu e numerou-a; ora, um e outra são um dom de Deus.
24. A sabedoria distribui a ciência e a prudente inteligência; eleva à glória aqueles que a possuem.
25. O temor do Senhor é a raiz da sabedoria, seus ramos são de longa duração.

26. A inteligência e a religião da ciência se acham nos tesouros da sabedoria, mas a sabedoria é abominada pelos pecadores.

27. O temor ao Senhor expulsa o pecado,

28. pois aquele que não tem esse temor não poderá tornar-se justo. A violência de sua paixão causará sua ruína.

29. O homem paciente esperará até um determinado tempo, após o qual a alegria lhe será restituída.

30. O homem de bom senso guarda suas palavras; muitos falarão, em voz alta, de sua prudência.

31. O sentido da instrução está encerrado nos celeiros da sabedoria.

32. Mas o culto de Deus é abominado pelo pecador.

33. Meu filho, tu que desejas ardentemente a sabedoria, sê justo e Deus ta concederá.
34. Pois o temor do Senhor é sabedoria e instrução, e o que lhe é agradável
35. é fidelidade e doçura; ele encherá os celeiros daqueles (que as possuem).
36. Não sejas rebelde ao temor do Senhor, não vás a ele com um coração fingido.
37. Não sejas hipócrita diante dos homens, e que teus lábios não sejam motivo de queda.

38. Vela sobre eles para que não caias, e não atraias sobre tua alma a desonra;
39. e para que Deus, revelando teus segredos, não te destrua no meio da assembléia,
40. por te teres aproximado do Senhor sorrateiramente, com o coração cheio de astúcia e engano.
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